terça-feira, 18 de maio de 2010

vazio

Quase dois meses sem postar e continuo sem muito o que dizer. Acabo pensando que a inspiração e a criatividade precisam de um exercício contínuo para brotar ou acaba secando.

E porque essa seca me dá uma sensação de vazio? Quando a produção é mais como uma fonte que jorra, abundante, a não-produção seria o vazio ou seria a torneira que mesmo aberta não pinga, seca? A seca em si é paupável, é real, pois quando algo está seco pode-se ver que assim está. Agora quando se está vazio não, é uma coisa invisível, que só se pode sentir como um nó no peito, um oco no estômago e até um estado de não-pensar.

Engraçado que escrever pode ser comparado tanto com essa fonte que jorra quanto com essa torneira seca que traz essa sensação, por vezes, perturbadora. Vivemos em um momento histórico em que a não-produção incomoda o corpo e até, quem sabe, a alma, estamos a todo tempo sendo chamados a produzir.

Por surpresa ou por descuido é que toda essa reflexão resultou nesse textinho, produção paupável e inaugurador de uma nova postagem e o vazio, não sei mais para onde foi.