sábado, 18 de dezembro de 2010

veremos o verão

acordou e pensou num trocadilho veremos o verão as ruas simulando neve tanta gente querendo o frio no auge do verão e então será que queremos ver o verão papai noel de shorts deixa o cara respirar será possível honrar a nossa latinidade é tão legal ser diferente mas tá todo mundo louco para ser igual o carinha quer comer a aquela gata não sabe inovar nem pensou em conquistar e chove só chove e faz frio pleno dezembro usando casaquinho deve ser culpa do inconsciente coletivo a família reunida pronta para o natal e é aniversário e é ano novo e todo mundo louco pro ano acabar vai pro bar com os amigos um cara surta e começa a quebrar tudo e vai copo e vai garrafa a menina chora de vergonha vamo mudá de assunto e como foi a lua de mel os casais resolvem falar de sexo só para variar e quem tá solteiro gosta e gosta e gosta e é tanta dica e ninguém para praticar quer sair para balada mas encheu muito a cara e tem blitz no caminho é melhor terminar o ano com a ficha limpa se recusa a por o casaquinho quer sentir calor tá com muito calor por dentro tem tanta energia para gastar que pensa se a vida é que é curta demais ou se queria ser jovem para sempre fazer aniversário e não ter tido inferno astral tem motivo de sobra para celebrar seminário sobre encarceramento de massa texto do ferréz sem pontuação inspirou essa pobre alma que tem tanta coisa para falar.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

chorar

Engolir o orgulho para, então, poder colocar para fora aquilo que deseja sair.
Basta sentir o incômodo para a minha cabeça começar a funcionar:
Vergonha por aquilo estar ali, vergonha por admitir que aquilo precisa sair. E o orgulho? O orgulho quer assumir que estou bem, quando o que mais se quer é chorar de raiva. Chorar, chorar.

Que mecanismo estranho é esse de querer abafar tudo dentro do peito, fingir que não vejo o que ali está... tanto esforço para quê? Não conheço alguém que saiba me responder isso. A questão é que eu faço isso, talvez por medo do que vai sair, medo porque é o incontrolável, o invisível.

Deixar sair todo esse choro, porém, foi um alívio... Sai o choro e todos saem vivos. Raiva represada, é como bomba-relógio. Quem a "segura" tem medo, porque não sabe a hora que vai explodir. Eu sempre soube disso e justamente por isso sempre tive medo dessa raiva, e nunca quis acolhê-la. Agora eu realmente sei que o que ela quer é sair.

Para ela sair precisei deixar chegar a coragem, hoje conheci sua outra face, a face que é uma sábia senhora que fica a espreita, espera o tempo que for necessário para se manifestar, não tem pressa. E com o tempo ela dribla o orgulho e ressoa suave aos ouvidos: mas se você não ceder, como é que vai ser para dormir? vai dormir tranquila? Tem certeza que quer fazer isso com você?

E então, numa atitude de carinho e amor, escolher deixar sair todo esse choro entalado, esse grito contido e esse medo de não ser, pura ficção, pois o que é mais óbvio é que se é. Que esforço se faz para não ser! Aceitar toda essa dinâmica que é estar vivo requer muita humildade para escutar os sons que a vida nos dispõe, eles estão dentro do nosso próprio corpo, bem vivos. Basta aprender a escutá-los e se permitir o transbordar da vida.

terça-feira, 18 de maio de 2010

vazio

Quase dois meses sem postar e continuo sem muito o que dizer. Acabo pensando que a inspiração e a criatividade precisam de um exercício contínuo para brotar ou acaba secando.

E porque essa seca me dá uma sensação de vazio? Quando a produção é mais como uma fonte que jorra, abundante, a não-produção seria o vazio ou seria a torneira que mesmo aberta não pinga, seca? A seca em si é paupável, é real, pois quando algo está seco pode-se ver que assim está. Agora quando se está vazio não, é uma coisa invisível, que só se pode sentir como um nó no peito, um oco no estômago e até um estado de não-pensar.

Engraçado que escrever pode ser comparado tanto com essa fonte que jorra quanto com essa torneira seca que traz essa sensação, por vezes, perturbadora. Vivemos em um momento histórico em que a não-produção incomoda o corpo e até, quem sabe, a alma, estamos a todo tempo sendo chamados a produzir.

Por surpresa ou por descuido é que toda essa reflexão resultou nesse textinho, produção paupável e inaugurador de uma nova postagem e o vazio, não sei mais para onde foi.

domingo, 28 de março de 2010

Flor

"Não quero ser só semente
Quero ser flor
Não quero ficar escondida
Quero nascer, crescer, florescer
Não quero ficar só
Quero receber visitas do beija-flor

Não quero ficar presa...
Quero sentir a liberdade do vento
Não quero ficar na escuridão...
Quero me ofuscar com o brilho do sol
Não quero ficar tão protegida...
Quero ter a firmeza e segurança para enfrentar tempestades da vida
Quero exalar felicidade através do meu perfume
Quero ser o símbolo de uma promessa de amor
Quero conhecer a lua, as estrelas, as cores e todos os tipos de amores
Quero nascer, crescer, florescer
Quero simplesmente ser uma flor"

Autor desconhecido, achei numa gaveta.

quinta-feira, 25 de março de 2010

coisas antigas à beira da piscina.

Sonho com a liberdade
Finalmente é chegado o tempo de "sem ter que"! Apenas sendo...
Os caminhos estão postos para o meu coração decidir
Minhas asas já se movem ansiando o momento de partir
"O mundo é vasto e se abre para mim"
Entretanto, ainda há uma última escolha que se faz necessária para que eu possa, enfim, celebrar.


Os sapatos amarelos
sorriem para o sol
Choram para a chuva.
Mas sempre certos de sua beleza independentemente do tempo que faça no dia.


O olho derrama a lágrima
O rosto enrubesce
A boca treme
O coração palpita
Encharcam o caderno cheio de poesia.

domingo, 14 de março de 2010

Na mesa

Sentados à mesa a conversa fluia até chegar a música.
Cantaram juntos, os olhos cheios d'àgua...
Foi como sentir antecipadamente a saudade por saber que um dia aquele momento à mesa não iria mais existir. Talvez também porque lembraram daqueles que se foram e dos momentos que com eles não se podia mais compartilhar. Como corta o peito sentir isso, pensaram.
Lavaram a louça conversando sobre banalidades. Não comentaram sobre essa sensação esquisita de minutos antes. Não se conversa disso, é mais fácil deixar o momento passar.
E ao longo do dia o passado rondou o pensamento dela, a mais nova dos três. Quanto mais as lembranças se aproximavam, mais pareciam afetar o seu presente. Afetaram seu estado de espírito e isso era tão óbvio, pois até sorrir estava difícil.

E, para ela, o presente era uma rede tão delicada a ser tecida que às vezes ela se cansava desse cuidado diário. Era sonhadora, mas também gostava desse desafio que morava dentro da idéia de tecer a rede. De alguma forma sabia que o presente com toda sua potência de ser, facilmente poderia se deixar afetar pelo passado que, estando lá, longe de ser alcançado, parecia a ela sempre mais saboroso.

quarta-feira, 10 de março de 2010

"Com licença poética"

"Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou".

Poema de Adélia Prado.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Certa manhã acordei de sonhos intranquilos

O Novo CD do Otto além de estar fantástico, tem a regravação de uma música que para mim é um clássico, chama "Naquela Mesa" do Sérgio Bittencourt, filho do Jacob do Bandolim.
Faz parte da trilha sonora sensacional do filme Árido Movie, se não me falha a memória...

"Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída, não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim".

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ser feliz ou ter razão?



"Ser feliz ou ter razão?" Essa frase sempre esteve presente de alguma forma na minha vida, mas eu raramente consigo aplicá-la, se é que eu a realmente entendo. Toda discussão, banal ou não, que eu entro e que me faz perder a minha paz, depois de baixada a poeira, lá vem ela..... "Ser feliz ou ter razão?"


Ser feliz, aceitar o outro na sua expressão, viver em paz. Opiniões, desejos, eu, para onde vão? É tão difícil abandonar tudo isso e deixar de marcar o espaço, os limites até uma pessoa pode entrar e opinar, e na verdade eu nem sei se eu quero abrir mão totalmente disso. E abrir mão das minhas opiniões, desejos.........Por isso acho essa frase tão complexa.


Eu quero ser respeitada por quem eu sou, e quero também respeitar o outro por quem ele é. Ser feliz é isso, mas deixar algumas convicções de lado é muito difícil.


Como respeitar alguém que não te respeita? Seguindo a linha "ser feliz ou ter razão", não há como convencer o outro de que ele está te desrespeitando, porque isso seria querer ter razão? Tentei meditar sobre isso e encontrei o o silêncio, o olhar para dentro e senti o que aquela ação causou em mim e que ao invés de querer ter razão sobre aquilo, quero é minha paz.


Ficar com o coração leve e a mente relaxada, senti que é esse o sentido dessa frase. Por hoje, só por hoje.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010




Outro dia tentei capturar a chuva.

Era linda e forte, não pediu passagem.

Foi difícil, porque tamanha exuberância não coube dentro da minha máquina amadora.

Mas foi divertido.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Dois Mil e....... 10


O Ano começou, voltei para minha rotina, mas sinto uma nova onda de energia, vontade de produzir. De repente, me pego pensando que as palavras me deixam mais transparente do que eu gostaria.
Arrumando as fotos digitais, perdidas em milhões de cds, fiz uma retrospectiva dos últimos 10 anos da minha vida e senti que vivi tudo o que eu quis viver. A teia de relações e experiências que fui construindo ao longo dessa caminhada me deixa muito feliz. Para os próximos 10 anos eu quero muito mais.
Acho que essa foto reproduz bem o que ando sentindo, tecer.... tecer.... da fantástica Jana Joana, visite: http://www.janajoana.com.br/ e http://www.fotolog.com.br/janajoana