e quando menos esperamos recebemos presentes, nos lugares mais inusitados.
coração fica cheio e feliz, honrando as relações que cultivamos na vida:
"Minhas Capris
Eu coleciono capris. Gosto de cultivá-las, pois elas são a minha riqueza. As capris cuidam, e quase não invadem, só quando pedimos. As capris são companheiras e empreendedoras dedicadas da amizade. Elas não desistem das pessoas que gostam. Nunca. Ela são profundas, elas refletem a vida, as ações e as emoções. Elas são auto-críticas e assumem o peso das falhas de caráter que qualquer outro ser humano esconderia. Minhas capris são humanas, mas odeiam ser.
Elas têm manias e pequenos prazeres do dia-a-dia que me fazem rir. Elas celebram essas pequenas coisas. Celebram a cor certa da batata frita, ou a nota nova saída do caixa eletrônico, o conjunto de cabides iguais que compõe a organização do guarda-roupa, a música perfeita que combina com o momento que o shuffle proporcionou, ou ainda, o conjunto de taças pra tomar aquele vinho que ela nunca vai comprar. Elas contam as horas que vão dormir e planejam o dia seguinte passo-a-passo. As Capris gostam dos sucessos profissionais, e celebram conquistas da mesma maneira que sofrem as derrotas no trabalho, intensamente. E ai da Capri que não descobre sua vocação, ninguém está rindo, é dolorido demais. E aí elas têm os dias em que se entocam na montanha. E pensam, pensam, pensam… em loop. Eu gosto de quebrar seus loops.
As Capris são criativas, e artísticas, com muita seriedade. Elas são engraçadas, até quererem ser levadas a sério. Elas gostam de ser levadas a sério, porque existem momentos muito sérios para as Capris. Tem que ter jeitinho para fazê-las rirem de si mesmas. Elas não podem perceber a armadilha. As Capris são espertas e conhecem seus limites. Poucos conseguem convencê-las a expandí-los. Elas dizem não, porque sabem até onde vão.
Sem querer me rodeei de Capris. A vida me presenteou com algumas dessas queridas, em diferentes momentos da vida, por diferentes razões. Tento cultivá-las com muito carinho. Carinho de peixa, meio arredio, meio crítico, e cheio de amor e carências. Minhas Capris me entendem, e me desafiam, o tempo todo. Minhas Capris são minhas".
Publicado originalmente em:
http://mailafs.blogspot.com.br/2013/05/minhas-capris.html?view=magazine
