quinta-feira, 14 de maio de 2020

Crônica de um dia sem fim ou sobre como chamar a força

O dia passa arrastado. Mais uma notícia triste. Cinco em uma semana. As águas encharcam a face. De novo. É medo. Que desenho é esse que nunca sonhei?
A reunião é interrompida três vezes. Ela pergunta se preciso de mais tempo. Gritaria, telefone cai. o afeto dela me emociona. Ela me lembra que sou mãe e é normal que eu esteja cercada por muito e também isso. Eu respiro. Explico, talvez para eu mesma ouvir, que não adianta mais parar, as notícias não sumirão. Eu quero trabalhar. Eu preciso sentir a vida pulsando e eu amo meu trabalho. Levar um conforto a alguém, ser um canal para isso materializar. Apesar da dor, apesar do medo, a vida é um fluxo.
O céu estrelado está ali para lembrar.
Quando eu era estrelinha mãe e estrelinha vou, um dia, virar, mas não sem antes beber a vida até a sua última gota.