terça-feira, 21 de abril de 2020

ressaca

Acordo com ressaca. Todo dia. E não é pelo isolamento, apesar de eu amar pessoas, sinto ser minha obrigação não me contaminar, não colocar pessoas em risco - porque seria CRIME. É assistir a essas sociopatias que deixa tudo girar.

Não existe opção, tampouco opinião a ser considerada, sobre algo manisfestamente ilegal. Mas o Estado de Direito aqui nunca existiu, sempre dividido, para poucos. E alguns não se importam.

Que país é esse que aproveita a quarentena para desmatar a amazônia, dezimar população pobre, preta e indígena para incitar ódio, para vender o Brasil e aumentar lucro de poucos, para por botox, para abrir salão de beleza, para fazer plástica?

Continuando a minha proposta sigo querendo te ver além da sua violência. Eu me vejo em você: eu também tenho medo, eu também quero viver, eu também sou violenta.

Apenas notas mentais, não tenho respostas, mas sinto que notas de repúdio não adiantam enquanto o barco afunda. Respeitar o cargo máximo quando vidas estão em risco?

Precisamos de ação antes que seja tarde, se já não é. Os corpos se amontoam para serem enterrados, você não vê? É difícil levantar um país com mentalidade escravocrata, machista, homofóbica, violenta, mas não é impossível.

Não há diálogo possível na violência. Não há compreensão possível. Não se trata de opinião. Apenas sinta a morte do seu lado, caminhe com ela, converse com ela. Não olhe números, pense "e se o morto for eu?" e perceba se sua escolha muda.

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