domingo, 7 de agosto de 2011

Rapte-me camaleoa

Hoje ela acordou experimentando, finalmente. Desde que a conheci eu espero por esse dia. Ela diz que eu sou o homem que ela escolheu para viver ao seu lado e sempre fez tudo para que eu me sentisse o homem mais amado desse mundo. Mas hoje eu senti que ela não faria nada que a desagradasse. Nem por mim, nem por ninguém. Ela só agradaria a ela mesma porque era o mais natural a se fazer.
Hoje ela estava livre e algo nela dançava. Ela parecia dançar preenchida por essa alegria que sustentava essa liberdade. Fomos para o parque e o sol ficou feliz com a presença dela ali, naquele estado, e consentiu clarear ainda mais seus cabelos loiros. Queimou mechas que por costume clareiam-se no verão. Como é possível alguém mudar naturalmente assim? Ela me alimenta sem me aprisionar.
Olhamos para o lado e mais corpos dançavam e os homens estavam de saia. É muito bom dançar de saia e ela ficou feliz de ver que esse prazer agora poderia ser experimentado por um homem. O balanço da saia no movimento, como um carinho. O corpo como um instrumento de poder que, ao mexer-se, seduz com seus músculos engajados no ritmo. A força e o prazer do movimento. Ela era isso para mim.

Um comentário:

Lucia disse...

filha querida
você se apossou do "é da coisa"
é maravilhoso! sem medos e com a responsalidade do seu existir. "Rapte-se Camaleoa"
percorre seus caminhos e se descobre... abençoada seja sua busca.
beijos