segunda-feira, 1 de agosto de 2011

suspiros de fantasias

Era uma vez uma mulher..... não, não, que tolice. Minha vida não tem vocação para contos de fada. E a de alguém tem? A vida de uma mulher pode ser comparada a uma ciranda de pedra? Lygia diz que sim, "mais importante do que nascer é ressuscitar".
E pensando sobre as vantagens dos contos de fadas, dos seus finais sempre felizes, percebeu que neles não morava o desafio de não ver, não receber qualquer sinal e acreditar. Será, então, que esse era seu desejo? Uma vida com um final feliz, mas quando seria o fim? Queria abrir mão do desafio? Seu desejo era o de ser feliz apesar dos desafios, antes do fim.
Era, depois de Clarice, uma de suas autoras prediletas, "também ela não precisara ver, em toda sua vida nunca precisara ver, desde que passara o tempo no jogo do 'faz-de-conta'". Concordava que era um jogo perigoso, o de acreditar-sem-provas e a cada escolha que a vida ofertava, escolher-acreditando-sem-provas, sem certeza. Era preciso sentir e para sentir era preciso ter fé.
E essa fé não estava em seguir um dogma, mas seguir a si mesma, seguir o ímpeto selvagem, o lado animal de ser que lhe chamava todo dia para vida, para mais vida.
Continuava naquele exercício de se desapegar das marcas do passado, dos amores não vividos, das expectativas não alcançadas, das frustrações e dos momentos felizes. Desapegar-se dos momentos felizes... e não? Rodar com a roda da vida.

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