sexta-feira, 15 de julho de 2011

Catch a fire

Hoje eu acendi um incenso e desci. Desci porque eu precisava pegar o que restava de mim no andar de baixo. Enquanto eu descia percebi que fazia um bom tempo que eu não me sentia tão relaxada.
Quando eu voltei, abri a porta e da sala eu vi a fumaça, grossa, cinza. Estranhei, mas pensei que poderia ser a diferença da marca nova de incenso.
Entrei no quarto, sem pressa.
Achei engraçado quando olhei o pote, vários incensos queimando ao mesmo tempo, "que bonito, mas eu só acendi um".
Não achei tão engraçado quando eu vi queimar a carta de tarô que eu tinha desenhado. Ela era estranha, mas eu havia aprendido a gostar dela.
Eu toquei fogo no meu quarto. Tocar é entrar em contato com: eu me coloquei em contato com o fogo.
O relaxamento que eu sentia era tamanho que a fumaça aumentava e eu olhava, comecei a rir percebendo a toalha queimando, todos os incensos queimando, meus textos queimando, "que rapidez e eficiência".
Coloquei o pote embaixo da água da torneira, um pano úmido sobre a toalha, joguei-os fora. Recolhi as cinzas.
Precisei ver o fogo para entender?
Vai fogo, segue certeiro, transformando tudo o que não me serve mais.

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