SANSÃO E DALILA, por Jorge Mautner
Sansão e Dalila
A canção que repercute, dali lá
Escute, vê se entendes meus prantos
Ó Ruth caligut Mendes dos Santos
Flechas como os pigmeus
Feitas de segredos meus
Para corações ateus
E para os crentes do divino Deus
Flechas saem do meu coração
Não sei pra onde elas vão
Só sei que às vezes elas vem
Bater em alguém sem coração
Depende só da ocasião
Umas flechas que só vem
Outras flechas que só vão
O porque disso aí
Justamente não sei não
Juro que... não!
Elas vem envenenadas
De coisas apaixonadas
Que o bruxo do amor que eu sou
Com carinho preparou
Outro dia numa oração
Flecharam a cruz da emoção
No altar cheio de luz
De Nossa Senhora da Conceição
Um dia numa ocasião
Mil flechas em profusão
Atingiram um espelho
Aí se deu a confusão
Me apaixonei só por mim mesmo
Num egoísmo muito vesgo
(num egoísmo tão a esmo)
Mas agora não
Sei bem o que é essa boba ilusão
Outra vez num quarto escuro
Voaram setas pro futuro
Furando aquele longo muro
Que aprisiona a solidão
Flechas que saíram em fila
Num filme que pra ver eu fiz fila
Do coração de Dalila pro coração de Sansão
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