segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

girando

hoje parece que tudo está girando: a realidade é fluida e não há nada no que me segurar. eu fecho os olhos, aperto, e quando os abro, de novo, tudo líquido, mole. não vejo nada fixo. as notícias me incomodam, desde 2001 eu já havia decidido que não leria mais o jornal... porquê esqueci essa promessa?
olho ao meu redor, vejo a minha rotina e só penso em tédio. é um misto de tédio e amor, tédio e amor. o bairro está tomado por tapumes anunciando o metrô. grafitaram o tapume: eu amo sp. eu amo também, mas às vezes eu gostaria de ver o Governador deposto como Luis XVI. Logo mudo de ideia, pois SP merece amor, gentileza, respeito e não mais violência.
li, de novo ali, um texto que me trouxe para o eixo. entendi que o tempo não está mais me esperando, eu estou correndo a alcançá-lo. preciso conquistar meu sonho sem nenhuma muleta e isso doeu, mas entendi. dentro desse cubículo minhas asas estão apertadas. elas cresceram do dia para noite e me equilibrar está difícil. as pessoas me perguntam dele, mas eu estou sozinha. se ele era uma muleta e, confesso, eu esperava muito que as respostas viessem dele. Quando ele disse não, eu perdi o chão e as asas nasceram. Começar a voar, porém, nem sempre é óbvio.
sonhar sozinho pode chegar mesmo a ser subversivo, às vezes são muitos obstáculos a derrubar. um sonho contra a corrente, uma tormenta, pode demorar a passar e só com um certo esforço, não de força, mas de sustentação, é que se aguenta esperar passar. acreditar num sonho sozinho, para mim, isso não era possível. eu não via que usava as muletas como quem usa asas, inverti as necessidades. mas estar junto não é estar apoiado, ser subversivo não é degolar nada nem ninguém. fecho os olhos, aperto, e está tudo mais firme. pássaros voam em bando, mas não se apoiam uns nos outros. ninguém aceita uma mudança por medo, mas por compreender a necessidade dela acontecer.

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